Comentário sobre "Filosofia da caixa preta" (capítulos 7, 8 e 9)

Nos últimos capítulos (7, 8 e 9), Flusser explora a relação entre a fotografia e a sociedade, destacando como a recepção das imagens se tornou um processo automatizado. Ele argumenta que a imagem fotográfica, para o receptor, não passa de um fragmento de papel sem valor intrínseco, o que importa é a cena capturada, que o espectador "magicaliza" e toma como realidade, ignorando o contexto e as explicações que possam acompanhar a imagem, levando à alienação, pois a imagem é consumida sem reflexão crítica.

Vilém também discute o "universo fotográfico", no qual as imagens são incessantemente substituídas e transformadas, criando um ciclo de superficialidade onde o progresso tecnológico é banalizado. A fotografia, nesse sentido, se torna apenas mais uma forma de informação que, ao invés de aprofundar o conhecimento, reforça a passividade dos espectadores, que não questionam o que estão vendo, confiando nas imagens técnicas como confiam em seus próprios olhos.

Por fim, o autor propõe uma solução: a criação de uma filosofia da fotografia, que seria uma tentativa de recuperar a autonomia crítica tanto do fotógrafo quanto do espectador. Essa filosofia seria crucial para enfrentar o mundo dominado por aparelhos, possibilitando uma compreensão mais profunda e crítica das imagens e seus impactos sociais.

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